10 abril, 2011

O que a Veja não conta.

"VEJA ...PREFIRO ENXERGAR!"

Diante dos últimos acontecimentos que envolvem tragédias não desejadas por nenhum ser humano com o mínimo de amor dentro de si, observamos ainda veículos de informação que aproveitam-se da desgraça alheia para implantar interesses incitando entre uma nação "laica"  preconceitos religiosos baseados em falas sem nenhum argumento de autoridade, pois constroem em seu textos sensacionalistas fatos sem provas "concretas"( onde estão as fotos dos relatórios escolares do monstro do RJ dizendo ser ele muçulmano e porquê a PF não prendeu o "dito" terrorista já que só a Veja tinha provas, embora não as tenha. Assim, temos como chiste no jornalismo de qualidade e seriedade a "REVISTA VEJA" que carrega em pressupostos e subtendidos repudio ao Islam. Tal pseudo revista deixa ainda aos cidadãos brasileiros (muçulmanos, católicos, evangélicos, espíritas, budistas...) algumas incógnitas diante da impunidade, isso pois ao incitar o preconceito religioso fere direitos garantidos em lei :

A Lei 7.716/89 define em um de seus artigos:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
Pena reclusão de dois a cinco anos e multa:

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial sob pena de desobediência:

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.


Mas, porque será que as nossas autoridades desconhecem as nossa leis e permitem que artigos incitando ódio entre cidadãos brasileiros (afinal independente de religião "todos pagamos impostos e somos cidadãos brasileiros- natos ou naturalizados)? Será que nossas autoridades, a tão respeitosa ONU, enfim será que àqueles que tem OBRIGAÇÃO de zelar pela justiça e pela ordem não lêem  Veja? 

Vivenciamos cenários de horror com "real terrorismo" há tempos no Brasil, afinal é fato para quase todo cidadão brasileiro sua insegurança ao sair de casa ou ainda de permanecer dentro dela devido a total falta de segurança no nosso país. Em 2006, vivenciamos em São Paulo um dos maiores atos terroristas já presenciados no Brasil, com aproximadamente 564 MORTOS, sendo que 505 eram civis (Jornal Estado de São Paulo), mas a revista Veja não foi informada disso e coloca em uma de suas "ditas" matérias que o "A Rede de Terror no Brasil". Mas, então o que acontece há tempos para eles ( jornalistas Veja) é normal e não é considerado "terror"? Será que a tão "informada" Veja desconhece dados estatísticos? Segundo dados da UNESCO em 2003 (o que dirá esses dados atualizados):

Número de mortes por armas de fogo no Brasil entre 1979 e 2003: (FONTE: Mortes matadas por armas de fogo no Brasil: 1979 – 2003. UNESCO)

Neste período, morreram no Brasil mais de 550 mil pessoas vítimas de arma de fogo. Deste total, 205.722 tinham entre 15 e 24 anos. Em 1979: 2.208 jovens foram mortos com armas de fogo. Em 2003: 16.345 jovens foram mortos com armas de fogo

OBS: O Brasil é o 3° país onde mais jovens morrem por armas de fogo, atrás de Venezuela e Porto Rico (57 países foram analisados na pesquisa).

Diante dos dados apresentados e outros que podem ser acessado no link direcionado, podemos então "informar" a desinformada revista Veja que o "terror " já  está no Brasil há tempos e que podemos inclusive afirmar que o Brasil tem em seu cenário o terror desde o período colonizador, onde vivenciamos a escravidão de pessoas que eram violentadas, estigmatizadas, tratadas como animais, vivendo em condições subumanas. Mas, o que pretende a  revista Veja? Vender mais revistas as custas de sensacionalismo facilmente refutável? Desestabilizar uma nação que tem em suas leis a laicidade? Privilegiar "verdadeiros interessados em denegrir o Islam  que condena a prática de juros"? Muitas podem ser as incógnitas , mas é fato que " o que a Veja não conta" são os interesses que alimentam seus textos. 


Assim, deixo a seguir dois artigos para que vocês, queridos leitores, possam refletir se ainda querem ler essa revista intitulada como Veja (o próprio nome já soa como fofoca)que é sem dúvidas uma vergonha ao jornalismo de qualidade. O primeiro é trabalhado com argumentos de autoridade refutando os subtendidos e pressupostos deixados pela revista Veja que dissemina entre brasileiros o ódio e coloca em risco até a vida de milhares de muçulmanos (cidadão brasileiros) no Brasil. O segundo instiga a reflexão da violência no Brasil , verdadeiro "terror" na vida dos cidadãos de bem.




Escrito por www.haikal.com



A revista "Veja" tem se pautado por uma trajetória sombria, fazendo de suas páginas sementes do sectarismo religioso, que tenta plantar entre os brasileiros.   Abandona o pódio de grandes veículos de comunicação assumindo postura panfletária de um mercador que vai á rua oferecer o medo e o terror como produto de ocasião.    Com redações e textos "estéticos" maquiando a verdade com meias verdades e roteiros de filme americano a "Veja" tenta subir o gráfico de suas vendas enquanto desce a ladeira do descrédito carregando a imparcialidade jornalistica.   A apelação sensacionalista não mede consequências ao mergulhar seus leitores  em medos imaginários a partir de fatos corriqueiros reais ou irreais adotando em suas matérias personagens que não são  folclóricos somente na capa de suas edições.

Uma delas foi a matéria publicada na edição nº 1870 com o título "Os Madraçais (sic) do MST"  que entre outras pérolas do jornalismo da desinformação afirmava: "Assim como os internos muçulmanos,as escolas dos sem-terra ensinam o ódio e instigam a revolução contra os infiéis .  No caso os infiéis somos todos nós".   A frase revela a o esforço de separar o mundo em dois grupos : "nós e os muçulmanos inimigos". Com deplorável desonestidade intelectual "Veja" distorce a verdadeira natureza do islã e revela  desconhecimento do significado de palavra de origem árabe "madrassi", que traduzida para o português significa "escola".

A matéria mirava no MST mas atirava no islamismo, dando como fato consumado ,como verdade absoluta a suposta  belicosidade da religião islâmica que estaria contida na grade escolar.  De forma subliminar,  "Veja" incentiva a desconfiança e o ódio contra o islamismo,  apresentando-o como ameaça aos não islâmicos no Brasil, país eminentemente católico.   Os editores da revista abraçam o ridículo afirmando que "O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra criou sua versão das madraçais - internatos religiosos muçulmanos em que crianças aprendem a recitar o Corão e dar a vida em nome do Islã."  De forma leviana e irresponsável "Veja" dissemina para seus leitores a ideia que escolas em países de maioria islâmica induzem suas crianças á prática de suicídio em nome de teses e conceitos religiosos, associando esta prática ao conteúdo do livro sagrado dos muçulmanos. 

Em suas edições para satanizar a segunda maior religião do mundo, a Editora Abril tem ignorado a própria história da humanidade  que revela um islã marcado pela  tolerância e pelo respeito á diversidade cultural das nações sob domínio islâmico como na Penisula Ibérica,  quando registrou um período de florescência,na arquitetura, arte, musica, comércio e na livre prática de todas as religiões. Andaluzia e Córdoba foram berço da diversidade cultural da humanidade no período das trevas da idade média. O islamismo contemporâneo continua mostrando a grandeza da criação divina, o ser humano ,com as  fantásticas realizações de Abu Dhabi e Dubai nos Emirados Árabes onde 80% dos moradores são estrangeiros vindos dos quatro cantos do planeta. O Islã é a religião que mais cresce no planeta, talvez porque um dos preceitos alcorãnicos mais importantes seja justamente a tolerância e o respeito á cultura de outras nações.

Estudei até os sete anos de idade na Síria. Filho de pai islâmico sunni e mãe brasileira católica minha "madrassi" era um colégio católico tradicional na cidade portuária de Tartous dirigida por freiras franciscanas.  Lá existem madrassi's públicas e particulares podem ser alauitas, católicas, muçulmanas, judias ou baptistas.  Existe "madrassi" de música,"madrassi" de arte, "madrassi" de dança ,"madrassi" de teatro, etc...

Madrassi ou escola é palavra universal, que lembra educação, usada por todas as nações, cada uma em sua respectiva língua. Madrassi só é sinônimo de ódio religioso no dicionário da revista "Veja".

Visitei "madrassi's"  nos acampamentos de refugiados palestinos "mie ou mie" (100%) "ayun halue" (olhos bonitos) na cidade da Saida no sul do Líbano.  Nas madrassi's palestinas estudavam crianças católicas, muçulmanas e agnósticas. Inteligência de um povo sofrido que não embarcou no sectarismo religioso para evitar a desintegração de sua identidade e sua cultura,maior elo de sua unidade nacional , já que o território lhes foi tomado. Bem que a "Veja" podia aprender com o sofrimento alheio.

Na primeira semana de abril, nova edição da revista "Veja" estampando sua quixotesca "cruzada tupiniquim" que tenta importar e semear o sectarismo religioso no Brasil.   Com texto tão pobre quanto suas intenções a revista usa o velho e surrado clichê de apresentar  "personagens maquiados" para encaixar no sensacional título da reportagem, acrescentando  "recheio" bombástico a fato trivial , que o genial Nelson Rodriguez chamaria de "o óbvio ululante".

Na última edição com titulo "A Rede do Terror no Brasil" a revista relata a existência de uma "célula terrorista" em nosso país, e para dar credibilidade ás suas afirmações, se agarra em   relatórios de investigação do FBI e da CIA, mesmos órgãos que investigaram e localizaram armas de "destruição em massa" usados como argumento para  justificar a invasão do Iraque.

Oito anos depois, 4.000 soldados mortos americanos e mais de um milhão de iraquianos mortos, ninguém achou as "armas de destruição em massa".   Os EUA estão procurando até hoje... só acharam petróleo!

A primorosa matéria da "Veja" postada no alto começa com: "Khalled Hussein nasceu em 1970, no leste do Líbano. Seguidor da corrente sunita do islamismo,prestou serviço militar. Depois,sumiu. No inicio dos anos 90, reapareceu em São Paulo."  Quanto mistério!

Khaled nasceu na década de 70 ,"sumiu depois de prestar serviço militar" e "reapareceu nos anos 90"?  Hora, o serviço militar no Líbano é prestado até os 20 anos de idade, Khalled,que segundo a revista nasceu em 1970 em 1990  tinha 20 anos de idade! Ele reapareceu no inicio dos anos 90. Aí fica uma pergunta: afinal quando foi que ele sumiu?

Todos os árabes que conheci no Líbano tem paixão pelo Brasil.  Khalled não é diferente.Lá no leste do Líbano ele "sumiu" ?  A revista Veja esteve no leste do Líbano e descobriu que ele tinha sumido?

Estive no leste do Líbano na cidade de Baalbek no vale de Beeka, de maioria xiita. Estive nas montanhas Chouf território dos Drusos, em Tripoli no norte e nas encantadoras localidades de June e Biblos reduto predominantemente católico. Também circulei nas partes oriental e ocidental de Beirute em 1982,83,84 e 87 compartilhando dos sonhos de paz do povo libanês e das generosas refeições feitas  em bandejas de cizal onde traziam a saborosa  comida árabe. As conversas que assumiam ares filosóficos giraram em torno da origem do vento,da vida e da derrota da seleção brasileira para Itália com 03 gols de Paulo Rossi, sem falar nos  efeitos medicinais de azeitona ou da beleza das montanhas e desembocavam em piadas e grandes gargalhadas. É um povo que ri,chora,dança,canta, ama e é amado como todos as  nações da terra. A marca daquele povo é a  hospitalidade. Ser brasileiro nos países árabes garante a qualquer um  tratamento  vip dado ás celebridades. 

Mas aqui, em terras tupiniquins, quem transforma anônimos da multidão em celebridade é a revista da Editora Abril.  Foi o que fez com Khelled Ali, que posou sorridente para o fotografo da "Veja" diante da perspectiva de fazer propaganda gratuita de sua lanhouse, como bom árabe que é. De graça, Khaled pega até ônibus errado. Segundo a revista , "Ali reapareceu em São Paulo na década de 90 casou-se teve uma filha. Graças a ela ,obteve, em 1998,o direito de viver no Brasil. Mora em Itaquera, na zona leste paulistana, sustenta sua família com os lucros de uma lanhouse". Esta história pode se enquadrar perfeitamente na vida dos próprios donos da Editora Abril judeus que conheceram os horrores da intolerância que hoje tentam disseminar.  Milhões de imigrantes de origem árabe abriram um negócio no Brasil, casaram e tiveram filhos com  brasileiras e fincaram suas raízes neste país.  Milhões de brasileiros poderão  olhar para o vizinho ao lado e encontrar alguém com o perfil do personagem que "Veja" tenta  rotular como "terrorista".


A matéria envereda pelos caminhos do imponderável e do humorístico quando afirma: "Ali leva uma vida dupla. É um dos chefes do braço propagandístico da Al Qaeda, a organização terrorista comandada pelo saudita Osama Bin Laden". Ele é dono de uma lanhouse e certamente deve  trabalhar com computador, como faria um açogueiro que trabalha com carne, o padeiro com pão ou um nomade com seus camelos. A CIA, FBI, Tesouro americano e o  "Inspetor Closeau" que além de trabalhar com a pantera cor de rosa presta serviços para a revista chegaram a "óbvia" conclusão publicada pela Veja.


O problema é que o raciocínio lógico não fecha a conta! Bin Laden que tem 10 vezes mais dinheiro que a Editora Abril , poderia ter contratado um publicitário ou um jornalista que goza de intimidade com a língua portuguesa para fazer propaganda da Al Qaeda. Mas este tal de Osama (Mister) Bin Laden deve ser um amador ou mal assessorado, foi contratar logo um libanês de sotaque carregado que mal pronuncia algumas palavras em português para fazer propaganda no Brasil! Pior, o cara virou capa da revista Veja, que estampa seu rosto com um largo sorriso de quem vai ficar conhecido no Brasil inteiro. Imaginem o Khaled Ali falando: " Brimo fala pro titia bassa la no minha casa bra come um beru na natal".   Ou ainda falando em código ao fazer uma fézinha no jogo do bicho: "Nós vai joga na bicho que começa com o letra "b". Todo mundo da organização joga na borboleta. Só ele joga na Beru".

Agora estou preocupado.  Sentado diante do teclado, nome, descendência árabe e islâmica, dono de computador expressando indignação com a irresponsabilidade de quem  semeia o ódio religioso em território brasileiro, eu seria enquadrado no grupo de "suspeitos" de "envolvimento com terrorismo", segundo os critérios da Veja.

A seriedade que a revista "veja" tentou dar a esta última publicação, certamente foi levada em conta pelo Ministério Público Federal.  Talvez por isso o MPF tenha mandado soltar o "brimo" Khalled Ali e mandado arquivar o processo.Para frustração de "Veja" revista conhecida em Minas Gerais como "Óia" . Mas o que entrará para o anedotário jornalístico é sem dúvida a pérola publicada pela Veja que acusa um árabe muçulmano de "disseminar ódio contra judeus e negros"!

Negros? Como assim? Que vergonha para a Editora Abril e para a revista "Veja". Usar a bandeira da tolerância para incitar a intolerância religiosa no Brasil. Depois reclama das campanhas dos movimentos sociais que a acusam de mentirosa e manipuladora. Mais de 80% dos islâmicos no mundo são negros. Sudão, Argélia, Tunisia, Somália são alguns das dezenas de países de população árabe-negra muçulmana do mundo. É como alguém dar tiro no próprio pé. O personagem na capa da revista "Veja", Khalled, não me parece um branquinho de olho azul... Esta revista não se corrige. Veja foi protagonista da maior farsa jornalística da história do Estado da quando transformou um traficante de drogas conhecido como Luís Henrique Franco Timóteo em celebridade publicando fantasiosa versão de que um "ataque de bioterrorismo" teria disseminado a praga da vassoura da bruxa nas plantações  de cacau no sul da Bahia na década de 90.  Segundo a matéria da "Veja" Luis Henrique Franco Timóteo que seria militante de esquerda teria se reunido com um grupo do PT para "destruir as elites econômicas do cacau que davam sustentação aos seus adversários políticos". Henrique: traficante virou celebridade da Veja. Na inverossímil versão, Luís Henrique com outros personagens, um atualmente Deputado Federal pelo PT da Bahia, teriam viajado até Rondônia para buscar os fungos de vassoura de bruxa e uma vez retornando à Bahia teriam espalhado o fungo nas plantações de cacau.   A fantasiosa versão foi desmentida por biólogos e especialistas que provaram a impossibilidade técnica de contaminação das plantações de cacau através deste processo.

Mais tarde descobriu-se que tudo não passava de uma farsa, com objetivos político eleitorais, que renderam uma "graninha" para o traficante de drogas. Luis Henrique junto com a homicida Sandra Cássia Souza de Oliveira Santos, mãe do ex-goleiro Bruno do Flamengo, fraudaram escritura de um terreno na localidade de Santo André em Santa Cruz Cabrália - Bahia para tentar surrupiar o terreno deste que vos escreve.

Ao ler a revista "Veja" conhecida como "Òia" em Minas Gerais... veja bem...!!

www.abdul-haikal.blogspot.com

REFLITA O VERDADEIRO "TERROR" NO BRASIL: "O MEU GURI: DE CHICO BUARQUE ÀS FAVELAS CARIOCAS!"



Assim, queridos leitores, fica meu pedido a todos que tem o mínimo de amor no coração:

NÃO SE DEIXEM MANIPULAR POR INTERESSES ALHEIOS, LEIAM, PESQUISEM, ESTUDEM, BUSQUEM PROVAS, FILTREM AS INFORMAÇÕES; NÃO DEIXE QUE PESSOAS MALDOSAS ENCHAM SEUS CORAÇÕES DE PRECONCEITOS, INTOLERÂNCIAS, MALDADES...NÃO SE PERMITAM SEREM USADOS COMO FANTOCHES NAS MÃOS DE INTERESSADOS EM ANGARIAR ÁS SUAS CUSTAS RIQUEZAS E SE MANTEREM COMO TOPO DE UMA PIRÂMIDE  INJUSTA!

18 fevereiro, 2011

Contribuições de estudiosos muçulmanos para o desenvolvimento da ciência da literatura.


Escrito por Dr. Ragheb Elsergany (Tradução-Érica Renata)



Introdução:

Os árabes se familiarizaram com a ciência da literatura antes do surgimento do Islam.. Embora seja possível traçar o início das artes latinas e persas, é impossível fazê-lo com a ciência da literatura árabe, isso pois os textos que chegaram até nós são mais antigos . Muçulmanos aprenderam muitas coisas pertinentes às ciências da Grécia, mas é uma falha considerar a literatura Grega a melhor. A literatura árabe também não foi influenciada por características gregas, embora os árabes tenham lido alguns livros da literatura grega, como o livro "Poética" de Aristóteles e dos gregos épicos de renome- a Ilíada e a Odisséia.

Entretanto, foi a Literatura Árabe que influenciou a arte europeia - como veremos mais tarde – resultando a Literatura Grega e Latina. Dessa forma, a literatura árabe expressou a essência literária do mundo. A Literatura Árabe também estuda o núcleo do espírito islâmico e árabe.[1]


Definição de ciência da literatura:

Os estudiosos definem a ciência da literatura como: conhecimento para evitar todos os erros de interpretação na oralidade e na escrita árabe. Seu objetivo é aperfeiçoar as artes da poesia e da prosa, isso para refinar a mente e purificar a alma [2] . Ibn Khaldun disse: "Para os linguístas, a fruta é o objetivo, que é a perfeição das artes na poesia e na prosa, de acordo com os métodos e as tendências dos árabes. [3] "


Origem da palavra Al Adab "literatura" e seus tipos:

A origem da palavra Al Adab "literatura" era tão desconhecida que só foi revelada na época islâmica, uma vez que os árabes mudaram suas vidas através da comunicação com os países que tinham conquistado em literaturas anteriores. Quando o Islam foi difundido entre os povos destes países, a palavra Al Adab, do início da história, tinha o pensamento religioso revelando Sunnah, mas representava antes o estilo de alguns trabalhos e da cultura no geral, e era limitada a derivação para englobar toda a ciência. De um modo geral, poderia se dizer que se tratava da representação pela busca da perfeição nas artes da poesia e da prosa [4].


Poesia:

Poesia são enuciados que seguem uma métrica rítmica, ou seja, a última letra de cada enunciado deve rimar. A Poesia é considerada a melhor parte do conhecimento árabe, isso devido ao fato de que ela é ancestral. Ela chegou a nos no período pré-islâmico com as suas regras métricas. Existia uma diversidade de compositores árabes, que mais tarde foram chamados: ragaz maqboud, qarid e mabsout. No período pré-islâmico, os árabes costumavam ceder as praças para apresentação de poesias e elas ficavam à disposição dos poetas, às vezes os seus poemas eram apresentados na presença de pessoas de cargos importantes para a época, os poemas de fácil memorização “olhos-captura” eram pendurados nas parades da Kaaba e são chamados mua'laqa (pendurados ).

A poesia árabe tratava de temas variados como a ostentação, o elogio, a sátira, a elegia, a decepção, o amor e o erotismo. Mas, a ostentação, especialmente o orgulho tribal e linear, foi o tema central. Em fontes árabes, há muitos exemplos de ostentação no período pré-islâmico entre os poetas tribais, usados até para desencadear guerras e justificar o derramamento de sangue, isso até surgimento do Islam que proibiu terminantemente tais práticas considerando-as abomináveis. Entre os poetas árabes do período pré-islâmico é possível citar: Mohlhel, Emra'o al-Qais, al-al-Nabeagha Thubiani, Zuhair bin Abi Solma, Antara Shaddad bin, bin Abd al-Tarafa, Alqama al-Fahl, al-Asha e Bin Labid Rabeaa .. Existiram também, no mesmo período, poetisas famosas entre elas são citadas : -Hind e al-Khansaa. [5]


A poesia com o surgimento do Islam .

Com o surgimento do Islam, a poesia , que tinha como tema central a ostentação para justificar guerras e derramamento de sangue seguidas de tabus e linhagem tribal , tomou outro rumo e isso devido ao olhar equilibrado do Islam que exaltou assim os verdadeiros poetas e findou com os poetas hipócritas (falsos). Deus, seja Ele Altíssimo, diz: E os poetas -(somente ) a verdadeira conduta segui-los. Não vês que em cada vale eles vagam (tratam diversos temas), os desviados os seguem, e como eles dizem o que não fazem? Exceto os que creem e fazem boas obras e se lembram, amiúde, de Allah e se defendem, após haverem sofrido injustiça. E os que são injustos saberão qual tornada a que tornarão [Al-Shu'ar'a 224-227]. Ibn Kaab narrou que o Mensageiro (SAWS) disse:" Há sabedoria na poesia. " [6] Ibn Abbas (que Deus esteja satisfeito com ele) disse: "Se você não conseguir encontrar algo no Alcorão, você pode encontrá-lo na poesia. Isso está nos registros árabes." [7]


Os poetas deram suporte a Dawa (chamado/divulgação) islâmica , lutaram na batalha de libertação e conquista, elogiou o Mensageiro (saw) e seus companheiros, foram lutadores estimulados a continuar a jihad e o martírio pela causa de Allah, foram elegidos mártires. Entre os principais poetas islâmicos são citados: Kaab bin Zuhair (morreu em 26 AH-645 dC), o poeta do Al-Burda (o vestido), Abu al-Thua'ib Huthali (morreu em 27 AH-648 dC) e Hassan Thabet bin (morreu em 54 AH-674 dC).



Poesia na época dos Umayyad:

Na época dos Umayyad , os propósitos da poesia desenvolveram-se para incluir novas artes pertinentes à doutrina islâmica. Isso foi possível através do interesse dos califas e de governantes pela poesia, ou seja, de um lado o interesse do desenvolvimento da vida social, e por outro lado a emergência de partidos políticos. A Poesia desenvolveu-se, nesta época, de acordo às necessidades do estado e da 'percepção dos governantes, junto com a grande influência exercida sobre o público(povo). Os Umayyad usaram o pensamento como um meio de tornar públicas as suas conquistas, obter apoio para suas decisões, atacar os líderes de seus adversários, principalmente xiitas, Khawarejh e Zubayrioun. Os principais poetas são: Asha Rabeaa Abdullah bin Kharejah (morreu em 100 AH-718 dC), Udai al-bin Reqaa (morreu em 95 AH-714 dC), que foi o poeta do al-Walid bin Abdel-Malik. Entre os grandes poetas Umayyad iraquianos que viviam a sombra dos Omíadas, estão: Jarir (morreu em 110 AH-728 dC), Farazdaq (morreu em 110 AH-728 dC), e al-Akhtal (morreu em 90 AH-708 dC ). Quanto aos poetas de partidos anti-Omíadas, que englobam principalmente os poetas xiitas, estão: Abu al-al-Aswad Du'ali (falecido em 69-AH), al-Zaid Kumait (morreu em 126 AH), e Khawarejh poeta bin al Termah bin-Hakim (falecido em 100 AH), e-Zubayri poeta Ibn Qais al de al-Ruqaiat (morreu em 75 AH).Nesta época, a poesia erótica, que se dividia em dois tipos: platônica e puramente erótica. Ela foi caracterizada pela sua simplicidade verossímil e sobriedade. O primeiro tipo foi elaborado principalmente por : Jamil Buthaina (morreu em 82 AH) e Laila Al-Akhilia (morreu em 75 AH); enquanto o segundo tipo foi elaborado por Omar bin Abi Rabe'a (morreu em 93 AH) [8]


A poesia na época Abassid:

Na época Abassid, a poesia testemunhou uma grande revolução, tanto em quantidade e qualidade quanto em termos de assuntos, significados, métodos e vocabulário, isso com novos propósitos postos à luz, enquanto outros já existentes forma varridos. A poesia política e entusiástica, a poesia platônica e a poesia erótica se enfraqueciam, mas era evidenciada a poesia elogiosa e poetas de escrita sentenciosa. Ascética, Sufi, filosóficas, narrativas, poesia educacionais apareceram. Mais tarde, os poetas foram longe demais em usar os tipos de paronomasias e antíteses, e nas palavras de embelezamento, conduzindo ao renascimento do movimento poético e literário, em virtude da fusão entre diferentes comunidades e os elementos e transferência de culturas estrangeiras por meio da tradução, bem como a cristalização e doutrinário de diferenças políticas entre as seitas islâmicas, por um lado, e entre estes e outros por outro. Além disso, os poetas foram incentivados por califas e governantes em Bagdá e outras cidades. A literatura Abbasid produziu grandes poetas como: Bashar bin Bord (morreu em 168 AH), Nuwas Abu (morreu em 198 AH), Tammam bin Abu Habeeb Aws al-Ta'i (morreu em 228 AH), al-Buhtori (morreu em 284 AH ), em al-Romi (morreu em 283 AH), Abu al-al-Tayyib Mutanabbi (morreu em 354 AH), Firas Abu al-Hamdani (morreu em 357 AH), e Abu Ala Al Al-Marri (morreu em 449 AH). [9]


Poesia em Andalusia:

Na Andaluzia, os poetas Andaluzinos inventaram e desenvolveram o muwashah (forma pós-clássica da poesia árabe dispostas em estrofes) método inovador. O metódo muwashah foi um grande passo para o desenvolvimento do formato nas poesias árabe, isso pois os poetas podiam fazer o que quisessem na rima e na métrica das construções poéticas. Esse levou ao surgimento do popular zagal (poemas em forma estrófica). Ibn Khaldun diz: "Quanto ao povo da Andaluzia, quando a poesia floresceu em seu país, seus métodos e as artes foram refinadas e foi elegantemente compostas, mais tarde, os poetas inventaram uma chamada muwashah arte." [10] Entre os poetas da Andaluzia estão pendentes Ibn Zaydoun (morreu em 463 AH), e do rei de Sevilha bin Abbad (morreu em 488 AH).


A Prosa e a expansão da arte da escrita:

A prosa é a forma de acesso ilimitado da linguagem escrita. Não foi menos próspero e produtivo do que poesia. No início do Islam, a prosa era simples, direta e concisa. Ela tinha várias formas, envolvendo mensagens, sermões, Hadith, provérbios e contos. Desenvolveu-se na vida social e mental da sociedade com diversos tipos de prosa e arte. A arte de escrever surgiu e cresceu na época dos Yumayyad. Entre os primeiros escritores estão: Abdel-Hamid al-Kateb (morreu em 132 AH), que tinha como hábito escrever em suas mensagens: "A escrita começou com Abdel-Hamid e terminou com ibn al-Amid ".

A arte de escrever cresceu no período Abassid. Proeminentes escritores- entre os principais- al-Jaheth (morreu em 255 AH), que desenvolveu a prosa sem rima, alargou o seu âmbito e se tornou o escritor-chave, e Ibn al-Muqafaa (morreu em 142 AH). A Prosa atingiu seu ápice no século Hejira quarta, que veio com escritores famosos como Abu al-Hayan Tawheedi (morreu em 400 AH) e Ibn al-meio (morreu em 366 AH) e outros, que eram famosos por prosa rimada. Mas, depois, a prosa foi esmagada por uma onda de embelezamento verbal e grandiloquência extrema em detrimento do significado. Isto é claramente mostrado, mais tarde, na maqamat (contos) e mensagens de alguns escritores.


Tipos de prosa:

Mensagens:

As mensagens são um tipo de prosa artística. There are two types of messages; formal or general messages, and informal messages. Existem dois tipos de mensagens: formal ( mensagens gerais), ou mensagem informal ( mensagens simples). No inicío do Islam e no período Umayyad, as mensagens eram muito concisas e inequívocas. No período Abassid, escritores de diwan (escrita correta) começaram a escrever mensagens de grandiloquência e de maneira esplendida. Entre os famosos escritores de mensagens estão: Abdel-Hamid al-Kateb, Ibn al-meio, al-Saheb bin Abbad, e outros. Nas mensagens especiais (ikhwania), que eram trocadas entre amigos temos como principais desse tipo de mensagens os escritores: Al-Jaheth e bin Zaidoun


Oratória:

Oratória é um outro tipo de prosa árabe. Os muçulmanos, depois da poesia, deram a esse tipo de prosa muita atenção, uma vez que trata da linguagem retórica e envolve de maneira entusiástica desenvolvendo a imaginação. A Oratória teve muita influência no período pré-islâmico e no surgimento do islamismo. Os árabes usaram a oratória para formar os seus filhos ainda em idade precoce.. Livros literários eram repletos de vários discursos retóricos. O quarto califa Imam Ali bin Abi Taleb (que Allah esteja satisfeito com ele) foi o orador mais famoso da período dos quatro califas justos. O livro "Nahj al-Balagha" ou (Abordagem da Retórica) continha seus sermões e mensagens de retórica, mas incluiu muitas orações que foram sem comprovação atribuídas a ele. A Oratória explodiu na época dos Umayyad, com vários califas e governadores como, por exemplo: Malik bin Abdel-Marwan, al-Hajjaj bin Yussif e Zyad bin Abeeh . Esses eram responsáveis pela oratória, isso para transmitir suas mensagens às pessoas e influenciá-las através de sua divulgação, de seus princípios e propósitos. Esta época deixou para trás uma grande parte da retórica e de riquíssimos e ideológicos sermões que foram verbalizados. However, in Abbasid era, oratory had largely declined compared to previous eras, with no then caliphs having been renowned for oratory. No entanto, no período Abassid, a oratória foi largamente diminuida em relação a épocas anteriores, não havendo, por isso califas que ficassem conhecidos por sua oratória.


Provérbios:

Os muçulmanos eram tão interessados em provérbios que eles coletaram e escreveram-nos em livros, dentre os mais famosos estão:"Mugamaa al-Amthal" ou (Coleção de Provérbios) por al-Maidani [11] , e "al-Fi Mostaqsi Amthal al-Arab" ou (Localizador de Provérbios árabe) por al-Zamakhshari [12] , que está em ordem alfabética, pois é um dicionário de provérbios árabes.


História:

Os muçulmanos possuem uma herança enorme de histórias que as pessoas ainda ficam impressionadas quando tem oportunidade de lê-las, isso graças à abertura de espírito relevante, a imaginação fina e fictícia. Eles incluem principalmente as histórias de Antar ou Antara, que era um cavaleiro negro da tribo Abs, Bin Saif Thi Yazen, um herói iemenita, Abu Zeid al-Hilali, um herói de Marrocos e Al-Dhahir Bebars, o sultão do Egito e um herói da cruzada e guerras Mughal.


Maqamat (contos):

No século Hejira quarto, maqamat (histórias curtas) vieram à tona, com escritores famosos como por exemplo: Badea al-al-Zaman Hamathani (morreu em 398 AH), que escreveu 400 maqamats (contos) que giravam em torno de dois heróis, Issa bin Hisham e Abu Al-Fath al-Iskandrani; Ibn Naqia (morto em 485 AH), outro escritor famoso seguiu os passos de al-Hamathani e al-Hariri (morreu em 516 AH), ele escreveu sobre as aventuras de Abu Zeid al-Sorugi e Hareth bin Hammam, que eram muito inteligentes. [13]

Entre os mais famosos livros literários Ibn Khaldun diz: "Os pilares da escrita perfeita são quatro "; Adab al-Katib "(O escritor da Literatura) por In Qutaiba [14] , "Al-Kamil" (o perfeito), por Mebarrad [15] , "Al-Bayan Watabeen" (Eloquência e Ilustração) por al-Jaheth [16] , "al-Nawader" (A Raridade) por Abu Ali al-Qali [17] . " [18] Há também livros famosos que não se pode ignorar a este respeito, incluindo a "Al-IQD al-Farid" (O Colar Unico) por Ibn Abd Rabuh (morreu em 328 AH), "al-Aghani" (as canções) por Abu Faraj al-Asfhani (morreu em AH 365), e outros.


Nos próximos artigos, se Deus quiser, vamos ver como a literatura árabe islâmica influenciou as literaturas no mundo.


BIBLIOGRAFIA:


[1] Abdel Monem Maged: Tareekh al-Hadara (History of Civilization), P. 197
[2] See: Al Qanougi: Abgd Al Olum (Dictionary of Sciences), 2/44
[3] Ibn Kaldoun: Al Ibr, (the Examples), 1/553
[4] Abdel Monem Maged: Tareekh Al Hadara, (History of Civilization), P.198
[5] Ibid, PP. 198-200.
[6] Al Bukhari, (5793), Abou Dawood (5010), Al Termthi (2844), Ibn Magah, (3755)
[7] Al Mustdrak (3845)
[8] Raheem Kazem & Awatef Mohamed Al Arabi, Al Hadara Al Arabia Al Islamyeh, P.173,174.
[9] Ibid, P,174
[10] Ibn Khaldoun, Al Ibr (The Examples), 1/583.
[11] Al-Maidani: He is Abou Al Fodl Ahmed Ibn Mohamed (died 518 AH- 1124 AD), a man of letters. He was born and died in Naisabour. See: Ibn Khaldoun, Wafayat Al Ayan, 1/148 & Al-Zirikli, Al Alam, 1/214.
[12] Al-Zamakhshari: He is Gar Allah Abou Al Qasem (467-538 AH/ 1075-1144 AD), one
of the greatest scholars in religion and letters. See: Ibn Khaldoun: Wafayat Al Ayan, 5/168-171.
[13] see: abdel Monem Meged: Tareekh Al Hadara Al Islamya fi Al Osour Al Wasta, P 206-207, and Raheem Kazem and Awatef Mohamed, Al Hadara Al Arabia Al Islamyah, P,175-177.
[14] Ibn Qutaiba al-Dinori: Abu Mohammed Abdullah bin Muslim bin Qutaiba al-Deinori (213-276 AH/828-889 AD), an interpreter, faqih, novelist, historian and linguist, a great figure of the third Hejira century, born in Kufa. See al-Thahabi: "Siar al-Alam al-Nobalaa" (Biographies of Noblemen) 13/296.
[15] Al-Mebarrad: Mohammed bin Yazid bin Abd al-Akbar bin Umair bin Hassan (210-286 AH/826-899 AD), a great linguist and grammarian, born and brought up in Basra and died in Baghdad, his famous book is "al-Kamil Walmoqtadab" (The Perfect and The Concise). See al-Thahabi: "Siar Alam al-Nobalaa" (Biographies of Noblemen" 13/576.
[16] Al-Jahith: Abu Othman Amr bin Bahr al-Kenani (163-255 AH/780-869 AD), a great literary figure and chief of al-Jahethia sect of al-Muatazila, born and died in Basra, he wrote rhetorical books, including "al-Bayan Waltabeen" (Eloquence and Illustration). See al-Asfhani "Shatharat al-Thahab" (Fragments of Gold) 2/121 and 122.
[17] Abu Ali al-Qali: Ismail bin al-Qasim bin Aythou (288-356 Ah/901-967 AD), the best at his time in memorizing language, poetry and literature, born in Managrad off the eastern Euphrates beaches and died in Qurtoba, he wrote "al-Nawader" (The Rarities); known as Amali al-Qali. See al-Safdi" "al-Wafi Belwafiat" (Presentation of Deaths) 9/114.
[18] bn Khaldun: "al-Ebar Wadiwan al-Mubatada Walkhabar" (The Lessons and Diwan of The Subject and The Predicate) 1.553.

http://en.islamstory.com/contributions-of-muslim-scholars-to-the-development-of-science-of-literature.html#_ftn1

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